Veja o vídeo em que o nosso Director, William Tonet, analisa e desmascara a prepotência das autoridades. O ministro do Interior, Eugénio Laborinho, avisou que a polícia angolana não ia “distribuir chocolates e rebuçados” perante os actos de suposta desobediência ao estado de emergência. Um menino de 16 anos já foi morto a tiro e outros ficaram feridos.
“E stamos a aplicar multas, estamos a deter pessoas”, indicou o ministro que em 1973, com 18 anos, fez o curso de professores do Posto e aos 23 já era 1º tenente das FAPLA. Numa inequívoca prova da sua modéstia (certamente muito valorizada pelo Presidente João Lourenço), no curriculum apresentado no site do Ministério do Interior pode ler-se: “Com o vasto currículo, no domínio de defesa e segurança, foi a aposta certa para assumir os desígnios do Ministério do Interior”.
Entre a acção musculada que é típica do ministro, registe-se que os detidos por situações de desobediência ou incumprimento do decreto que determina o estado de emergência ficam em celas “de quarentena” próprias, criadas para o efeito. Presume-se que, nessa quarentena sejam alimentados, o que sempre é melhor do que ser “livre” e estar preso dentro de casa sem… comida.
“Temos estado a actuar em conformidade com a lei e as próprias medidas que vamos tomando dependem do grau de intervenção de cada caso e somos criticados [por isso]”, disse o governante, acrescentando: “A polícia não está no terreno para servir rebuçados, nem para dar chocolates, ela vai actuar conforme o comportamento de cada cidadão ou de cada aglomerado”.
Nem mais senhor ministro. Recordemos as prioridades do seu mandato, por si anunciadas no dia 26 de Julho de 2019. Desde logo o “combate à droga pesada e contra os barões da droga”. “A primeira tarefa é o combate à criminalidade, em matéria de trazer segurança à população. Segundo, ainda no âmbito da criminalidade, é o combate à droga pesada e contra os barões da droga”, referiu.
Eugénio Laborinho prometeu também analisar e procurar soluções profícuas e breves para os problemas como criminalidade em geral e, em particular, a violenta, o combate ao consumo e tráfico de drogas, a sinistralidade rodoviária, de modo a “cada vez mais garantir ou mesmo devolver aos cidadãos o sentimento de estabilidade, segurança e tranquilidade”.
Segurança que, como todos os dias vemos porque a Polícia e os militares não conseguem esconder muita da sua barbárie, passa por matar primeiro e interrogar depois. É certo que as autoridades disparam, como foram ensinadas, primeiro para o ar. Para o ar a um metro do chão…
“A Polícia Nacional, deve continuar a garantir a manutenção da ordem e da segurança pública através da melhoria e da ampliação da rede policial em todo o território nacional, aperfeiçoar e alargar o policiamento de proximidade, estreitando-se a relação de confiança com os cidadãos, devolvendo assim, o sentimento de segurança pública”, referiu Eugénio Laborinho.
E os cidadãos têm plena confiança na Polícia, como pediu Eugénio Laborinho. Quando vêem um polícia… fogem. E rápido. É que atrás pode vir um chocolate, ou rebuçado, dos que saem dos canos das armas…
Agora, Eugénio Laborinho destacou que as autoridades têm estado a trabalhar no sentido de fazer uma acção pedagógica (certamente na linguagem internacionalmente conhecida por todos e que tem como instrumente basilar o cassetete ou a pistola) e tentar educar de forma a não haver confrontos entre a população e a polícia, mas notou que “a polícia também é filha do povo e precisa de ser acarinhada”. Os polícias são filhos do Povo, é verdade. Mas os ministros não são.
O governante sublinhou que tem sido observado o comportamento de desobediência ao estado de emergência, que impõe restrições à movimentação de pessoas e proíbe grandes aglomerações, sobretudo na província de Luanda. “Luanda, para nós, é um quebra-cabeças, mas tudo faremos para que a situação se normalize”, sublinhou.
Eugénio Laborinho admitiu um endurecimento das medidas que têm estado a ser tomadas “porque as pessoas continuam teimosas” e “têm de ficar em casa”. Mesmo que seja de barriga vazia. Endurecer será que significa usar balas de metal mais duro? É isso, não é senhor ministro?
O evidente não se argumenta, observa-se. As Imagens falam por si. Onde está a Policia para desmentir esse facto?! A constituição da República de Angola e as leis angolanas há tempo que têm sido violadas. o artigo 59 que proíbe a pena de morte na CRA é algo fictio, na verdade, não deixou de ser aplicado; mudou-se a forma da sua aplicação.
É um problema de Estado; a policia entendeu mal sua função, mas a praxe demonstra que sempre estiveram do lado de quem governa e quase ou nada, a favor dos mais necessitados. o principio da igualdade, artigo 23 CRA, os direitos fundamentais, artigo 2, ponto dois, artigo 3, ponto 1,2, 3. e outros!!! A pergunta que não se quer calar é: até quando esse desrespeito por parte de quem governa sem a autorização do povo?